"A palvra professor vem de "professar", que, alem de lecionar, significa declarar publicamente uma conviccao ou um compromisso de conduta, como a de uma profissao. Nao por acaso, as duas têm a mesma raiz. Nos, mestres, somos profissionais em varios sentidos: por ensinarmos e por nos comprometermos com condutas de trabalho-numa atividade que exige a continua exposicao de conviccoes. Essa condicao tambem envolve responsabilidades multiplas, com conhecimentos e procedimentos, especialmente por lidarmos com muitos jovens e criancas e por tempo longo. Precisamos nos lembrar disso para nao nos sentirmos mais importantes do que ja somos, mas para termos consciencia de que, no desempenho dessa funcao social, nao da para ignorar limitacoes pessoais e problemas, ou seja, nossa condicao humana. As responsabilidades do educador, ainda mais complexas, sao cumpridas em circunstancias muito especiais, sob permanente exposicao a dezenas de olhares daqueles que pretendemos formar. Eles nos enxergam com alguem que esta com blusa colorida e sorriso animado, calca amarrotada e olheiras ou tenis novos e expressao impaciente. A turma nao ve palavras surgirem no quadro e se converterem em sons, mas acompanham a mao firme ou tremula segurando o giz e o tom grave ou agudo da voz que explica
Portanto, ao sair para o trabalho, mesmo preocupados com a nova ruga flagrada no espelho ou a diferenca entre o saldo bancario e a prestacao vencida, nos investimos de "persona"professoral. Sensivel sim, mas profissional. Esse nosso personagem contracena com os estudantes, com o fluxo de questoes que apresentam e com os projetos que possuem e se cruzam com os nossos-nos e eles somos seres imcompletos. A compreensao desse fato permite encontra-los uma relacao mediana pelo conhecimento, mas sem o temor de revelar as nossas duvidas ao considerar as deles".
LUIA CARLOS DE MENEZES -fisico e educador da USP. (Revista Escola/julho-2009)
Nenhum comentário:
Postar um comentário