sábado, 11 de julho de 2009

UM LIVRO TORNA A VIDA MAIS BELA!


A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS!

Acabei de ler um dos livros mais imprissionantes da minha vida. Como é gratificante saber que o simples hábito de "ler por ler", pode ajudar e muito um determinado número de pessoas. Como ler leva você a conhecer caminhos muitas vezes desconhecidos e enigmáticos e também dar a você a chance de acalantar sofrimentos que parecem escondidos na alma dos seres humanos .
Procurei tirar do livro algumas coisas que me chamaram a atenção, como por exemplo:
1."ALGUNS SIGNIFICADOS DO DICIONÁRIO DUDEN"
a)Felicidade(júbilo-alegria)
b)Perdão(absolvição-clemência)
c)Medo(terror-pavor)
d)Palavra(termo-nome-expressão)
e)Oportunidade(abertura-ensejo)
f)Desgraça(miséria-desolação)
g)Silêncio(alma-paz)
h)Lamentar(arrepender-se-paralizar-se)


Todas essas palavras, agora aprendidas pela personagem principal do livro (Liesel), eram pronunciadas e colocadas dentro do contexto vivido por ela numa cidade alemã que sofria com os inúmeros ataques da guerra, com bombas, incêndios e humilhações. Com a leitura diária a menina conseguia se afastar um pouco de tudo aquilo, pois viajava incansavelmente através das histórias que ia lendo.


Um dos personagens muito fortes do enredo era uma judeu chamado Max, que vivia escondido no porão da casa dela e era nesse pequeno espaço que ela lia diversos capítulos de livros para que ele esquecesse um pouco que não tinha o direito de ver como estava o dia, o tempo, as pessoas, pois poderia ser pego e mandado para um campo de concentração.
Uma vez seu amigo judeu escreveu um livro de histórias sobre ela, onde disse uma das frases mais bonitas que escutei até hoje:"as melhores sacudidoras de palavras são as que compreendem o verdadeiro poder delas..."


Outra parte muito marcante foram alguns trechos ditos pelo narrador da história da menina que roubava livros. O marcante a que me referi foi o fato de o mesmo ser representado pela MORTE.
Prestem atenção em algumas colocações feitas por ela em relação a nós, seres humanos:
"...o ser humano não tem um coração como o meu. O coração humano é uma linha, ao passo que o meu é um círculo..."
"...os humanos têm uma coisa que invejo: o bom senso de morrer..."
"...as pessoas se matam por quererem viver..."
"...o dilema é que muitas pessoas guardam suas palavras mais importantes para depois, quando não tem mais jeito..."
"...as palavras...por que tinham que existir? sem elas não haveria prisioneiros nem necessidade de consolo..."
"...fico impressionada como que os seres humanos são capazes de fazer, mesmo quando há torrentes a lhes descer pelos rostos..."
"...posso lhes jurar que o mundo é uma fábrica. O sol a movimenta.Os humanos a dirigem. E eu permaneço. Levo-os embora..."
"...tive vontade de dizer muitas coisas à roubadora de livros, sobre a beleza e a brutalidade..."
"...tive vontade de lhe explicar que constantemente superestimo e subestimo a raça humana - que raras vezes simplesmente a ESTIMO..."
"...vou dizer a única verdade que realmente sei: OS SERES HUMANOS ME ASSOMBRAM..."

Termino este comentário sobre a história usando uma frase que Liesel escreveu numa das últimas linhas do livro :ODIEI AS PALAVRAS E AS AMEI, E ESPERO TÊ-LAS USADO DIREITO!


Markus Zurak (autor do livro)

domingo, 5 de julho de 2009

O ato de ensinar e a condicao humana!

"A palvra professor vem de "professar", que, alem de lecionar, significa declarar publicamente uma conviccao ou um compromisso de conduta, como a de uma profissao. Nao por acaso, as duas têm a mesma raiz. Nos, mestres, somos profissionais em varios sentidos: por ensinarmos e por nos comprometermos com condutas de trabalho-numa atividade que exige a continua exposicao de conviccoes. Essa condicao tambem envolve responsabilidades multiplas, com conhecimentos e procedimentos, especialmente por lidarmos com muitos jovens e criancas e por tempo longo. Precisamos nos lembrar disso para nao nos sentirmos mais importantes do que ja somos, mas para termos consciencia de que, no desempenho dessa funcao social, nao da para ignorar limitacoes pessoais e problemas, ou seja, nossa condicao humana. As responsabilidades do educador, ainda mais complexas, sao cumpridas em circunstancias muito especiais, sob permanente exposicao a dezenas de olhares daqueles que pretendemos formar. Eles nos enxergam com alguem que esta com blusa colorida e sorriso animado, calca amarrotada e olheiras ou tenis novos e expressao impaciente. A turma nao ve palavras surgirem no quadro e se converterem em sons, mas acompanham a mao firme ou tremula segurando o giz e o tom grave ou agudo da voz que explica
Portanto, ao sair para o trabalho, mesmo preocupados com a nova ruga flagrada no espelho ou a diferenca entre o saldo bancario e a prestacao vencida, nos investimos de "persona"professoral. Sensivel sim, mas profissional. Esse nosso personagem contracena com os estudantes, com o fluxo de questoes que apresentam e com os projetos que possuem e se cruzam com os nossos-nos e eles somos seres imcompletos. A compreensao desse fato permite encontra-los uma relacao mediana pelo conhecimento, mas sem o temor de revelar as nossas duvidas ao considerar as deles".
LUIA CARLOS DE MENEZES -fisico e educador da USP. (Revista Escola/julho-2009)